Coletores Solares para Piscinas – O telhado como fonte de energia limpa – por Rogério Fonseca

A energia solar que chega à superfície terrestre é muito elevada, e cada dia mais estamos fazendo o uso dela, seja em sistemas de aquecimento ou sistemas fotovoltaicos. É uma energia limpa e muito fácil de ser obtida, tornando-se uma fonte de energia com alto custo benefício.
Nas piscinas, o uso já é consolidado trazendo o benefício de podermos utilizar a piscina não somente no verão, mas por todo o ano.
Muitas pessoas olham nos telhados das casas, local comum para a instalação dos coletores solares, e fazem confusão do tipo de coletor. Atualmente, existem coletores para aquecimento de banho, e para aquecimento de piscina. Os coletores para banho são do tipo fechado, eles são construídos com chapas metálicas, tubos de cobre, e fechamento em vidro. Já a maioria dos coletores de piscina são abertos e construídos com material termoplástico e podem ter formatos e tamanhos diversos.
O sistema de aquecimento solar para piscina, deve ser composto por:
– coletores solar específicos para a aplicação em piscina e com certificação no INMETRO;
– motobomba para bombear a água da piscina até os coletores;
– controlador de temperatura para acionar a motobomba quando necessário;
– capa térmica para evitar perdas de calor para o ambiente.

Diante da necessidade da aquisição de equipamentos específicos, devemos buscar empresas e profissionais especializados para analisar a viabilidade da instalação do sistema na piscina, já que se trata de um sistema personalizado de acordo com a localização, tamanho e uso da piscina. Também de extrema importância, é a análise da viabilidade de instalação dos coletores solares no telhado, pois deve ser analisado o posicionamento dos coletores em relação ao sol para ter o maior desempenho possível e também a quantidade de coletores necessários.

Escolhendo os coletores
Antes de realizarmos a escolha dos coletores solar para a piscina, precisamos saber se eles são ou não certificados pelo INMTERO.
Os coletores solar para aplicação em piscina necessitam de certificação compulsória do INMETRO, conforme portaria 352/12, para classificar sua eficiência. Sendo assim, os fabricantes são obrigados a certificarem seus coletores, que podem receber a etiqueta de classificação A até E, sendo a classificação A com maior e a classificação E com menor eficiência, respectivamente.
Para consultar a classificação dos coletores, podemos acessar o site do INMETRO e fazer a busca por coletores solares térmicos (aplicação piscina) e realizar a consulta das tabelas do PEB (Programa Brasileiro de Etiquetagem). Lá iremos encontrar informações como: fornecedor, marca, modelo, aplicação, pressão de funcionamento, área externa do coletor, produção média mensal de energia, eficiência energética média, classificação, material da superfície absorvedora, número do registro e data da concessão.
Novamente, é de extrema importância que os coletores sejam classificados no INMETRO, para isso consulte os fabricantes através do serviço de SAC, e também os lojistas e profissionais especializados, busquem folhetos, catálogos técnicos e manuais para se informar melhor sobre o produto, isso é fundamental para uma excelente aquisição e para não ter dor de cabeça no futuro.

Como falamos anteriormente, os coletores solar para piscina são fabricados em material termoplástico que oferecem menor peso, maior resistência à corrosão e preços mais competitivos. Os mais comuns encontrados no mercado são os coletores em formato de placas retangulares e os de placas circulares. O formato, dependendo das características do projeto do coletor, pode beneficiar no menor número de coletores por área.
Os coletores de placas retangular, são fabricados em tamanhos diversos, onde os fabricantes variam o comprimento da placa com medidas de 2m, 3m, 4m e outras sob encomenda e com largura de 0,35m, 0,40m, 0,50m, 1,0m, 1,20m.
Os coletores são interligados uns aos outros para formar o melhor arranjo para captação da energia solar. Esse é um ponto muito importante para ser analisado, pois o tipo de união por encaixe ou rosca é o ponto crítico para vazamento entre as placas, e cada fabricante tem um tipo para esta união. Dependendo do tipo, será necessário a manutenção corretiva com a troca de anéis de vedação ou até mesmo a placa.
Outra medida que tem variação é o diâmetro de entrada e saída de água dos coletores, que podem ser de 32mm, 40mm ou 50mm. A medida do diâmetro de entrada e saída interfere diretamente na vazão do coletor.
Já os coletores solares no formato circular são fabricados também em material termoplástico e dependo do fabricante possuem diâmetros de 1,0m, 1,20m, 1,60m. O diâmetro do tubo que forma o coletor também varia de fabricante para fabricante, podendo ser de 20mm e 25mm, assim com sua espessura de 1,5mm, 2,0mm e 2,5mm.
O que observamos é que alguns coletores de formato circular ocupam menor área nos telhados e isso é um ótimo ponto já que hoje em dia muitas casas estão pretendendo instalar placas fotovoltaicas e aí com certeza irão necessitar de espaço no telhado. Outro ponto que observamos em
alguns coletores circulares é sua maior vazão o que pode aquecer a piscina mais rapidamente.

Dimensionamento do número de coletores
A quantidade de coletores necessário para aquecer uma piscina, deve ser calculado de acordo com as orientações de cada fabricante, onde temos
parâmetros como: localização geográfica da piscina, temos cidades com climas mais frios onde irão necessitar de um maior número de coletores, outro
parâmetro é se a piscina é aberta ou fechada, onde a incidência de ventos pode contribuir para uma maior perda de calor da piscina para o ambiente, a área e volume da piscina é fundamental e para finalizar a vazão e eficiência de cada coletor. Tudo isso, colocado em uma planilha de dimensionamento do fabricante irá nos entregar o melhor dimensionamento dos coletores.
Atenção não existe dimensionamento prático, e cada fabricante tem sua metodologia de dimensionar de acordo com seu produto. Por isso, sempre consulte lojistas e profissionais especializados que tenham sido treinados pelos fabricantes.

Motobomba para os coletores
Aqui se encontra um dos problemas mais frequentes em sistemas de aquecimento, pois são poucos os profissionais que sabem dimensionar corretamente a motobomba para o sistema. Isso faz com que muitas vezes não chegue água suficiente nos coletores para ter seu maior rendimento ou algumas vezes muita pressão com motobombas super dimensionada que poderá promover vazamento constantes nas uniões das placas. Novamente, consulte o fabricante dos coletores para saber qual motobomba será mais adequada para o sistema. Parâmetros como altura de elevação, pressão, vazão, diâmetro de tubulação e perda de carga devem ser considerados para a correta escolha da motobomba. Um ponto muito importante para um excelente sistema de aquecimento é de não compartilhar a motobomba do sistema de filtração da piscina. Muitas vezes, dependo da instalação, o filtro pode ser danificado e devido a isto muitas fabricantes deixam bem claro que a garantia do filtro não será válida se estiver compartilhando bomba para sistemas de aquecimento.

Controlador de Temperatura
Todo sistema de aquecimento de piscina deve ter um controlador que contem sensores que serão instalados no coletor localizado no telhado e na tubulação da motobomba do aquecimento dentro da casa de máquinas. Esses sensores irão fazer a medição da temperatura e o controlador através do diferencial das temperaturas entre os sensores irá ou não acionar a motobomba. Muito importante para a correta escolha do controlador é a potência da motobomba que ele irá acionar, motobombas com potências acima de 1,5cv, geralmente, irão precisar de chaves contatoras auxiliares para realizar o acionamento sem o risco de queimar o relé do controlador.

E concluído o sistema de aquecimento, não devemos esquecer que as piscinas aquecidas devem fazer o uso da capa térmica, pois ela vai diminuir a perda de calor para o ambiente. Para saber mais sobre capa térmica, temos um artigo que publicamos em edições anteriores de nossa revista, confira!

Uma dica que podemos deixar aqui é que mesmo que o cliente não queira o sistema de aquecimento no momento da instalação da piscina, tente deixar
a tubulação já pronta, pois quando ele decidir colocar a aquecimento será bem mais fácil e menos custo.

O outono já chegou e com ele as temperaturas mais baixas também, não deixe de ofertar aquecimento para seus clientes para que eles possam desfrutar a piscina o ano todo.

E lembre-se: a informação é a nossa melhor estratégia para melhorar nosso desempenho! Sendo assim, me despeço com a certeza que dias melhores virão e que estamos fazendo o nosso melhor.

Até breve