Home Seções Piscinas A importância do tratamento da água em clubes e piscinas. Um mergulho na saúde e segurança
Piscinas - 4 semanas ago

A importância do tratamento da água em clubes e piscinas. Um mergulho na saúde e segurança

por Tarso Gouveia

O tratamento adequado da água em clubes e piscinas é essencial para garantir a segurança, a saúde e o bem-estar dos usuários, além de contribuir para a preservação das instalações e a sustentabilidade ambiental. Piscinas são ambientes de lazer que atraem um grande número de pessoas, especialmente em clubes, academias e condomínios, onde o uso constante exige cuidados rigorosos com a qualidade da água. A ausência de tratamento ou a sua execução inadequada pode levar a problemas de saúde, deterioração das estruturas e até mesmo questões legais. Este artigo aborda a relevância do tratamento de água, os principais métodos utilizados, os riscos de negligenciá-lo e as boas práticas para garantir um ambiente aquático seguro e agradável.

POR QUE O TRATAMENTO DE ÁGUA É CRUCIAL?

1. Saúde dos Usuários
A água de piscinas, quando não tratada adequadamente, pode se tornar um meio propício para a proliferação de microrganismos, como bactérias, fungos, vírus e algas. Esses agentes podem causar uma série de problemas de saúde, incluindo:
Infecções de pele: Fungos e bactérias, como o Pseudomonas aeruginosa, podem causar dermatites, coceiras, e infecções cutâneas (micose de pele e unhas).
Problemas respiratórios: A má qualidade da água, combinada com produtos químicos mal equilibrados, pode liberar vapores irritantes, como cloraminas, que afetam as vias respiratórias.
Infecções oculares e otológicas:
A conjuntivite e a otite externa (ouvido de nadador) são comuns em ambientes aquáticos com água contaminada.
Doenças gastrointestinais: A ingestão acidental de água contaminada pode levar a infecções por patógenos como Escherichia coli ou Cryptosporidium.
O tratamento adequado, com controle de pH, cloração e filtragem, elimina esses riscos, garantindo um ambiente seguro para banhistas de todas as idades.

2. Preservação das Instalações
A água não tratada pode causar danos significativos às estruturas das piscinas e aos equipamentos associados. Por exemplo:
Corrosão: Água com pH desbalanceado (muito ácido ou muito alcalino) pode corroer tubulações, bombas, filtros e revestimentos, reduzindo a vida útil dos equipamentos.
Incrustações: O acúmulo de minerais, como cálcio, pode formar depósitos nas superfícies da piscina, dificultando a limpeza e comprometendo a estética.
Desgaste estético: Algas e sujeiras podem manchar azulejos e bordas, exigindo reparos frequentes e custosos.
Um sistema de tratamento eficiente mantém a água em equilíbrio químico, protegendo a infraestrutura do clube e reduzindo custos de manutenção a longo prazo.

3. Conformidade com a Legislação
No Brasil, a qualidade da água em piscinas de uso coletivo é regulamentada por normas sanitárias, como a Portaria GM/MS nº 888/2021 do Ministério da Saúde, que estabelece padrões para a vigilância da qualidade da água para consumo humano e suas interfaces, incluindo piscinas. Além disso, legislações estaduais e municipais, como as normas da ANVISA e dos órgãos de vigilância sanitária locais, exigem monitoramento regular de parâmetros como cloro residual, pH, turbidez e ausência de contaminantes microbiológicos.
Clubes que não cumprem essas normas podem enfrentar multas,
interdições e até ações judiciais em caso de danos à saúde dos usuários. Assim, o tratamento adequado da água é também uma questão de responsabilidade legal.

4. Sustentabilidade Ambiental
O tratamento de água em piscinas também contribui para a sustentabilidade. Sistemas eficientes de filtragem e
reciclagem da água reduzem a necessidade de reposição constante, economizando recursos hídricos.
Além disso, o uso correto de produtos químicos evita a liberação de
substâncias nocivas no meio ambiente, especialmente quando a água da piscina é descartada.

MÉTODOS DE TRATAMENTO DE ÁGUA EM PISCINAS

O tratamento de água em piscinas envolve uma combinação de processos físicos, químicos e biológicos para garantir a qualidade da água. Os principais métodos incluem:

1. Filtração
A filtragem é o processo físico que remove partículas sólidas, como poeira, cabelos e folhas, da água. Os sistemas de filtragem mais comuns utilizam filtros de areia, cartucho ou diatomáceas. A frequência da filtragem depende do volume da piscina e da intensidade de uso, mas, em geral, recomenda-se que todo o volume de água passe pelo filtro pelo menos uma vez por dia.

2. Cloração
O cloro é o desinfetante mais utilizado em piscinas devido à sua eficácia contra microrganismos. Ele pode ser aplicado na forma de cloro líquido, granulado ou em pastilhas. O cloro residual livre deve ser mantido entre 1,0 e 3,0 ppm (partes por milhão), conforme normas sanitárias, para garantir a desinfecção sem irritar a pele ou os olhos dos banhistas. O uso excessivo ou incorreto de produtos químicos no tratamento pode causar irritações oculares, dermatológicas e respiratórias. Subprodutos da cloração, como os trihalometanos (THMs), são potencialmente cancerígenos em exposição crônica

3. Controle de pH
O pH da água deve ser mantido entre 7,2 e 7,6 para garantir a eficácia do cloro e o conforto dos usuários. Um pH muito baixo (ácido) pode causar corrosão e irritação, enquanto um pH muito alto (alcalino) reduz a eficiência do cloro e favorece a formação de incrustações. Produtos como ácido muriático (para reduzir o pH) e barrilha leve (para aumentá-lo) são
comumente usados.

4. Tratamento Complementar
Além da cloração, outros métodos podem ser usados para aprimorar a qualidade da água:
Ozônio: Um poderoso oxidante que elimina contaminantes e reduz a dependência de cloro.UV (Ultravioleta): A radiação ultravioleta elimina bactérias e vírus, sendo uma alternativa ecológica.
Sistemas de salinização: Utilizam eletrólise para gerar cloro a partir do sal dissolvido na água, reduzindo a necessidade de produtos químicos adicionais.

5. Manutenção e Limpeza
A limpeza regular das bordas e cestos de pré-filtro é essencial para evitar o acúmulo de sujeira. Além disso, a
aspiração do fundo da piscina e a retrolavagem dos filtros ajudam a manter a água cristalina.

RISCOS DA FALTA DE TRATAMENTO ADEQUADO

A negligência no tratamento da água pode ter consequências graves, incluindo:
Surtos de doenças: Casos de infecções em larga escala já foram registrados em piscinas mal mantidas, como surtos de criptosporidiose.
Danos à reputação: Clubes que descuidam da manutenção podem perder associados devido a reclamações sobre a qualidade da água.
Custos elevados: A falta de tratamento preventivo aumenta os gastos com reparos, substituição de equipamentos e tratamentos químicos intensivos para corrigir problemas.

BOAS PRÁTICAS PARA CLUBES E PISCINAS

Para garantir um tratamento de água eficiente, clubes e administradores de piscinas devem adotar as seguintes práticas:
Monitoramento Regular: Medir diariamente parâmetros como cloro residual, pH, alcalinidade e turbidez, utilizando kits de teste confiáveis ou equipamentos automatizados.
Treinamento de Equipe: Garantir que os responsáveis pela manutenção da piscina sejam capacitados para
realizar o tratamento e interpretar os resultados das análises.
Manutenção Preventiva: Realizar a limpeza e a revisão dos equipamentos regularmente para evitar falhas no
sistema de filtragem ou dosagem de produtos químicos.
Educação dos Usuários: Orientar os banhistas sobre a importância de tomar banho antes de entrar na
piscina e evitar urinar ou levar sujeira para a água.
Registro de Manutenção: Manter um log detalhado de todas as ações de tratamento e resultados de testes, conforme exigido pelas autoridades sanitárias.
Investimento em Tecnologia:
Considerar a adoção de sistemas automatizados de monitoramento e dosagem de químicos, que aumentam a precisão e reduzem erros humanos.

Conclusão

O tratamento de água em clubes e piscinas é uma prática indispensável para proteger a saúde dos usuários, preservar as instalações e cumprir
as exigências legais. Além disso, contribui para a sustentabilidade ambiental e a satisfação dos frequentadores, fortalecendo a reputação do clube. Com a combinação de filtragem eficiente, desinfecção adequada, controle químico e boas práticas de manutenção, é possível oferecer um ambiente aquático seguro, limpo e agradável. Investir no tratamento de água não é apenas uma questão de compliance, mas um compromisso com a qualidade de vida e o bem-estar de todos que desfrutam desses espaços de lazer.

 

Tarso Gouveia
tem longa experiência na área da Saúde. É Administrador de Empresas com Pós Graduação em Gestão Empresarial. Superintendente Comercial da INACON Saúde e Diretor da UNIHOSP Saúde. Atua também em Consultorias Empresariais e Organizacionais. Ocupa o cargo de Vice Presidente da S.E. Palmeiras atuando junto aos Consulados em ações esportivas, educacionais e sociais por todo país.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Check Also

Piscinas O PORTAL 27 – Junho 25

Clique no link abaixo em azul e folhei nossa edição   Piscinas o Portal / Junho 2025 …