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Piscinas - Saúde e Lazer - 2 semanas ago

Segurança em Piscinas no Verão: Cuidar é a Melhor Forma de Amar – por Eduardo Dantas

Eduardo Dantas Especialista Internacional em áreas de lazer aquático

Introdução: Mais que Água e Sol, Memórias que Valem a Pena Proteger

O verão chega trazendo consigo o cheiro de protetor solar, risadas de crianças e a promessa de dias inesquecíveis à beira da piscina. Mas, como alguém que há 30 anos ajuda famílias a transformarem seus espaços em espaços de alegria, sei que por trás de cada mergulho há histórias que nunca queremos que se tornem tragédias. Já vi pais perderem o fôlego ao ver um filho escorregar na borda, avós se apressarem para pegar um neto que se aventurou na água sozinho e amigos se emocionarem ao salvar alguém de um susto inesperado. Por isso, este artigo não é só sobre regras e equipamentos: é sobre amor, cuidado e aquele aperto no peito que sentimos quando queremos proteger quem amamos.

1. Afogamentos: Um Silêncio que Ninguém Merece Ouvir

Não há nada mais angustiante do
que o som de um mergulho seguido de silêncio. O afogamento acontece rápido, sem alarde, e muitas vezes
em piscinas que pareciam “seguras”. Crianças pequenas são as mais vulneráveis, mas até adultos podem se surpreender com cãibras, exaustão ou quedas inesperadas.

Como Transformar Medo em Prevenção:

– Seja o Guardião da Alegria: Designe um adulto para ficar totalmente presente, não distraído pelo celular ou conversas. Essa pessoa deve ter como única missão observar a água, como um anjo da guarda de shorts e chinelos.

– Cercas que Abraçam: Uma cerca ao redor da piscina não é apenas uma barreira física. É um gesto de amor que diz: “Aqui dentro, você está protegido”. Escolha portões com abertura alta, que crianças não alcancem, e que fechem automaticamente, como um abraço que nunca falha.

– Aprendizado que Salva Vidas: Inscreva as crianças em aulas de natação, mas lembre-se: nadar não as torna invencíveis. Ensine-as a respeitar a água, e se você não sabe nadar, encare isso como uma oportunidade de aprender junto, um legado de coragem para toda a família.

2. Ralos e Sistemas de Aspiração: Protegendo Quem Você Ama dos Perigos Invisíveis
Os ralos de fundo e dispositivos de aspiração são essenciais para a piscina, mas podem se tornar armadilhas silenciosas se não estiverem em conformidade com as normas. Já ouvi relatos de pais que perderam o sono ao descobrir que um ralo defeituoso poderia ter causado um acidente gravíssimo com seu filho.

Como Garantir Segurança nos Detalhes:

– Ralos Anti-aprisionamento e Bem Posicionados: Certifique-se de que a piscina tenha pelo menos dois ralos de fundo, separados por 1,5 metros, conforme exigido pela norma NBR 10.339. Isso evita que uma criança ou adulto seja sugado com força perigosa, por vezes fatal.
– Dispositivo de Aspiração com Fechamento Automático: O equipamento de aspiração deve ter uma tampa que feche automaticamente (no caso de esquecimento do registro de aspiração aberto, esta pequena solução, pode evitar acidentes graves.

– Sistema de Parada de Emergência: Verifique se a piscina possui um botão de parada emergencial de fácil acesso. Ensine a todos onde ele está e como usá-lo, é como ter um extintor para o caso de ocorrer um incêndio.

3. Eletricidade: Mantendo a Energia Longe da Água
A proximidade entre eletricidade e água é um risco que não podemos ignorar. Lembro-me de um caso em que uma família precisou reformar toda a área da piscina após descobrir que uma tomada estava a apenas 1 metro da borda, um erro que poderia ter custado vidas.

Como Criar uma Zona de Segurança:

– Distância Mínima de 2 Metros: Nenhuma tomada, fiação ou equipamento elétrico deve estar a menos de 2 metros da piscina. Essa é a distância que separa um momento de diversão de um choque fatal.

– Iluminação Subaquática

Profissional: A magia das luzes na piscina só é segura se instalada por um profissional qualificado. Peça sempre o certificado de conformidade, é a garantia de que a beleza não esconde o perigo.

– Tempestades: Saia Imediatamente! Ao primeiro sinal de trovoadas, saia da água. Explique às crianças: “O céu está bravo, e a água pode virar um caminho para os raios”.

4. Quedas e Ferimentos: Quando a Beira da Piscina Pode Machucar
Escadas metálicas quebradas ou mal fixadas, bordas quebradas ou pisos irregulares são como armadilhas escondidas ao redor da piscina.

Como Transformar a Área em um Espaço Acolhedor:

– Escadas e Degraus Firmes: Verifique mensalmente se as escadas de acesso estão bem fixadas, sem trincas (sobretudo nas partes plásticas) e sem ferrugem. Segure-as com as mãos e balance suavemente, se moverem, é hora de reparar.

– Bordas sem Pontas Afiadas: Inspecione a borda e o revestimento da piscina regularmente. Uma cerâmica quebrada ou uma borda trincada pode causar cortes profundos.

– Capas Protetoras: Quando a piscina não estiver em uso, cubra-a com uma capa resistente. Nunca confunda capa térmica, aquela capa de plástico com bolhas, com uma capa de proteção. A capa térmica pode até ser extremamente perigosa, quando uma criança ou animal cai sobre ela.

5. Produtos Químicos: O Equilíbrio entre Limpeza e Carinho

A água cristalina e saudável da piscina é fruto de cuidado, mas os produtos que a mantêm assim podem machucar se usados sem atenção. Lembro-me de uma mãe que, com lágrimas nos olhos, me contou como o filho teve uma alergia grave após brincar com uma pastilha de cloro deixada, por esquecimento, junto à piscina.

Como Cuidar da Água sem Esquecer das Pessoas:
– Guarde os Químicos: Trate-os como algo precioso e perigoso. Um armário alto, com chave, é um gesto de proteção tão importante quanto fechar a porta de casa ao sair.

– Teste a Água: Use kits de teste simples e explique às crianças: “Precisamos deixar a água perfeita para vocês!”. Envolva-as no processo (sem expô-las aos produtos), mostrando que segurança também é um ato de carinho.

Conclusão: Segurança é um Legado de Amor

Nestes 30 anos, aprendi que uma piscina segura não é aquela cheia de proibições, mas sim a que é preparada com afeto. Cada cerca, cada teste de água, cada olhar atento é uma declaração silenciosa de amor.

Já vi famílias que transformaram a manutenção da piscina em um ritual conjunto, onde pais e filhos aprendem juntos sobre responsabilidade. Já ouvi histórias de avós que, ao ensinar os netos a nadar, reviveram sua própria infância.

Neste verão, convido você a olhar para sua piscina não apenas como um espaço de lazer, mas como um símbolo do cuidado que você tem por quem está ao seu redor. Porque no final do dia, o que queremos guardar não são apenas os momentos de risada, mas a certeza de que fizemos tudo para que eles acontecessem.

 

Eduardo Dantas
Especialista
Internacional em áreas de lazer aquático

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